quarta-feira, 24 de março de 2010

sobre a saudade e o vazio.

Vamos falar sobre a saudade. Saudade nada mais é do que falta, seja lá do que. É falta de algo que estava aqui, e já não se encontra mais. Falta de algo que chegou, mas partiu, saudade é falta de algo que não está mais presente, que se foi, mesmo que momentaneamente. Tudo ocupa espaço, até mesmo sentimentos, então quando qualquer coisa que seja, se vai, fica o vazio. O espaço que era ocupado, agora está vago. Tão brutalmente dolorida a imagem do nada. *Portando, saudade nada mais é que o vazio!
Então agora falemos sobre o vazio... Existe no mundo algo mais "inútil”? - se é que podemos dizer assim. Vazios não têm função alguma, não provocam interesse algum, o vazio nada mais é que o nada entende? Exemplificaremos para melhor entendimento, se é que vai adiantar algo. Imagine uma piscina cheia de água, uma caixa cheia dos seus bombons preferidos, ou até mesmo um jardim repleto de flores. *Agora pense no vazio. De que me adiantaria uma piscina sem água? Uma caixa de bombons, sem eles? E o jardim, sem jardim, sem flores? Sem os bombons, a caixa não passa a ser nada além de uma caixa, sem sentido algum. O que lhe dava todo sentido, toda a mágica, não tá mais lá, e o que restou para caixa? O vazio, o nada. E cadê toda a beleza do jardim, sem as flores? Qual o sentido daquele pedaço de terra pisada, sem as flores para envaidecê-lo? Nenhum.
* Dá pra entender a onde eu quero chegar?
Quando você está aqui me sinto como o campo de terra batida, mas um campo cheio de flores, e assim, me sinto um jardim. E *você, as flores - sim plural, uma flor pra cada parte, atitude, jeito, seu que me deixam mais e mais apaixonada - você me faz ser o jardim mais lindo que existe. E então eu acredito por alguns instantes que a primavera vai ser pra sempre e que por isso, estarei sempre repleto das flores, as *minhas lindas flores.
E então descubro estar enganada, o outono vem, as flores dizem adeus. *Fica o vazio após o tchau. E eu volto a ser só um campo de terra batida, sem graça, sem vida alguma. Apenas um campo, sem nada, va-zi-o!
O que me resta é *tentar preencher o vazio com lembranças*, com fotografias eternizadas em meu peito. O que me resta é imaginar como será o brilho das minhas flores, sob o sol, na próxima primavera. E então fico aqui, na tentativa insana e incessante de preencher algo que só você sabe como.
* Fico aqui esperando a próxima primavera, os próximos bombons para minha caixa e quando verei minha piscina transbordando de água novamente.
É o que me resta, é só o que sei fazer. O meu vazio SÓ VOCÊ sabe preencher.

Eu to com saudade, e nesse exato momento, encontro dentro de mim mil e uma lembranças pra tentar amenizar o absurdo oco que tem meu peito.

obs: Sou o jardim, você, as flores. Um jardim é um conjunto de flores, sem flores não há o jardim. Portanto sem você, não há o eu. <3

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